Conselho Consultivo é somente para grandes empresas? Entenda melhor no artigo de hoje do blog do Gestão com Elas.

Conselho Consultivo é somente para grandes empresas?

– Por Cristhiane Borges Sorolla

A participação na Formação para Conselheira Consultiva de Startups e PMEs – Programa LEAN GOVERNANCE da Board Academy Br ampliou significativamente minha visão estratégica. Além de adquirir novas ferramentas de Gestão Empresarial, estive em um ambiente repleto de pessoas comprometidas com a sustentabilidade e lucratividade dos negócios. É fundamental que um negócio tenha Gestão, Governança e um olhar cuidadoso e responsável para números e pessoas. Afinal, se você, como empresário ou empresária, não se responsabiliza pelo sucesso do seu negócio, dificilmente criará essa cultura entre seus colaboradores e parceiros de negócios.
Sou apaixonada pelo empreendedorismo desde sempre. Liderar, inovar, criar soluções e melhorar ambientes são atividades que me fascinam. A liberdade proporcionada pelo dinheiro e pelos relacionamentos é mágica, permitindo sonhar e colocar esses sonhos em prática. Muitos negócios começam exatamente assim: de um sonho, de uma liberdade almejada, de uma solução ainda desconhecida no mercado. Mas já imaginou tudo isso desmoronar? O impacto não é apenas em você; se um negócio quebra, prejudica todo o seu entorno, afetando muitas famílias e a comunidade. Portanto, a responsabilidade de abrir um negócio é gigantesca, e fazer dar certo é responsabilidade do “dono do negócio”. Não basta ter atitudes e características empreendedoras; é preciso ser empresário ou empresária!

A Importância da Gestão e Governança

Em meus muitos anos de experiência em grandes, médias e pequenas empresas, percebo que a maioria ainda negligência a gestão de números e pessoas, não tem planejamento estratégico e governança, e não se preocupa em implantar o básico. Focam apenas na área técnica ou comercial, esquecendo que a empresa é uma engrenagem onde todas as áreas precisam funcionar, independentemente do tamanho do negócio. A quebra das empresas geralmente ocorre entre o terceiro e quinto ano de vida, justamente porque não estruturaram o básico.
Diferente do que muitos imaginam, inovação e governança são questões de postura e responsabilidade, de planejamento estratégico, mais do que de investimento financeiro. Portanto, qualquer empresa, de qualquer tamanho, pode e deve implantar processos, controles, ter capital de giro, contratar e manter bons profissionais, e ter um Conselho Consultivo.

Começando pelo Básico

É essencial começar pelo básico: controles e indicadores financeiros, processos definidos e estruturados para todas as áreas, gestão eficiente de pessoas com perfis bem definidos, e ser o exemplo no que faz. Suas atitudes e valores começam a formar a cultura da empresa. Tenha uma visão de curto, médio e longo prazo.
Adotei a metodologia do Lean Governance nos conselhos em que participo e ajudo a criar porque é prática, ágil e de fácil aplicação para qualquer tamanho de negócio. Vamos aos primeiros pilares da metodologia, que considero básicos para qualquer negócio e que muitas empresas negligenciam. Empresários e empresárias muitas vezes desistem do negócio porque complicam o que poderia ser mais simples. Como costumo dizer, “o resultado vem de trabalhar melhor e em menos tempo, e não de trabalhar muito”.

Propósito Cultural e Estratégico

Na formação, nosso mestre Udo Kurt Gierlich explanou de forma assertiva e prática a importância de começar certo, implantando no negócio: Propósito Cultural e Estratégico, Plano de Negócios e Planejamento Estratégico. Fiquei surpresa ao ver que algo que já aplicava como Conselheira e Mentora foi abordado no início da aula sobre Propósito Cultural e Estratégico, utilizando a ferramenta do IKIGAI para construir o propósito e a cultura da empresa de forma pensada e estratégica.
A principal função do empresário ou empresária que funda um negócio é ser estratégico. Tudo precisa de estratégia, por mais simples que pareça. Como gestores, precisamos prever todos os impactos de cada ação, processo e atitude das pessoas. Não se preocupar em desenvolver e implantar de forma planejada pode desviar o negócio do propósito original, causando problemas emocionais e financeiros.

Plano de Negócios

Agora que entendemos a importância do Propósito Cultural e Estratégico, é hora de construir o Plano de Negócios, ou Business Plan. Muitos empreendedores não sabem como fazer ou acreditam que é complicado e apenas para grandes empresas. Ressalto que “complicado” é diferente de “trabalhoso”. Sim, dá trabalho, mas é onde você terá o mapa para avaliar a viabilidade do negócio, calcular riscos, identificar a necessidade de investimento, definir o público-alvo, atrair clientes, calcular custos e receitas, e planejar contratações.

Estrutura Básica de um Business Plan

– Sumário Executivo: Descrição sucinta do negócio e seu objetivo, tendo como norte o propósito.
– A Ideia: Produto/serviço, dores/demandas, diferenciais, escalabilidade, benefícios para os clientes, propriedade intelectual.
– O Mercado: Público-alvo, abrangência geográfica, concorrentes, posicionamento do produto/serviço, estratégia de propaganda e comunicação, volumes.
– A Empresa: Funcionários e qualificações, estrutura operacional necessária, parcerias, prestadores de serviço e fornecedores, modelo de negócio, estrutura legal, estrutura societária e Founders Agreement, análise de riscos, cronograma macro de implantação, governança, conselho.
– O Resultado: Investimentos, despesas, receitas, margens, análises de viabilidade, Break Even e Payback.

A estrutura acima apresentada na aula, ressalta que na “implantação do Plano de Negócios LEAN, ele evolui gradativamente junto com a empresa. Os ajustes no Plano de Negócios devem ter como referência o PROPÓSITO e OBJETIVO da empresa.”
Acredito que, o que importa não é ter um plano de 100 páginas engavetado, mas um plano prático, colocado em ação diariamente, ajustado e melhorado conforme necessário.

Planejamento Estratégico

O Planejamento Estratégico é um tema que merece um artigo próprio, pois é a prática do que vimos até aqui e garante os resultados. A finalidade é definir, priorizar e estruturar as atividades necessárias para a realização do Plano de Negócios, relacionando e quantificando os recursos necessários, definindo os responsáveis, prazos e controles de execução.

Conclusão

O Conselho Consultivo é necessário para te tirar da solidão do empreender e tomar decisões assertivas, com responsabilidade e minimizando os riscos do negócio.

Ter um negócio e uma Governança Proativa não é fácil, mas com um propósito claro e foco em números e pessoas, sua jornada como empresário ou empresária será indescritível. Viver “do” seu negócio e não “para” o seu negócio é o sonho de muitos, mas apenas aqueles que se responsabilizam e têm coragem de criar negócios sustentáveis e lucrativos podem alcançá-lo.

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